Imagem criada para esta série pelo @temamornopapel
Sabe aqueles momentos de total presença nos quais a gente
filosofa "de onde viemos, para onde vamos" e se pergunta qual é o
sentido disto tudo? Pois é, nessas horas, uma das minhas divagações mais comuns
diz mais ou menos assim:
"Uau!! E pensar que o meu coração está batendo há mais
de 22 anos sem parar! Imagina se fosse uma máquina, será que estaria
funcionando ininterruptamente há tanto tempo? Nossa! E eu nem percebo que ele
está aí!"
Queridos leitores e leitoras, bem vindos ao texto sobre o
coração.
Localizar este órgão no corpo é fácil. Todo mundo sabe onde
fica o coração. E sabe por quê? Porque a gente aponta para ele quando diz
"Eu sou fulano". Tenta para você ver. Quando você diz "eu",
você aponta para o seu peito, e não para a sua cabeça ou o seu joelho, não é?
O coração fica no meio do peito (e não do lado esquerdo, como
muitos acreditam). Ele tem mais ou menos o tamanho de um punho fechado e está
levemente inclinado para o lado esquerdo. O coração é in-crí-vel. Bem,
sinceramente, o corpo todo é! Mas eu tenho uma quedinha especial por este
órgão. Ele é a casa da sabedoria e da intuição, por onde passa nosso
autoconhecimento. Sua principal função é nos manter conscientes de nossa
natureza, de quem nós realmente somos, ou seja, seres super legais!
O coração nos traz sensatez e resiliência. Antigamente
acreditava-se que um coração saudável era aquele que mantinha pouca variação em
seu ritmo cardíaco durante o dia. Hoje sabe-se que a variabilidade no ritmo
cardíaco indica uma melhor capacidade de improvisação e adaptação e,
consequentemente, de raciocinar de forma sensata e manter um alto nível de
resiliência diante das circunstâncias.
Em outras palavras, cada emoção nova que sentimos durante o
dia - medo de fazer uma ligação importante, alegria ao ver um amigo querido,
raiva em uma discussão - deve vir acompanhada de uma mudança nos nossos
batimentos cardíacos. Isso mostra que o coração está alerta e conectado com
nossas emoções, que ele se adapta ao que está acontecendo, ele flui com a
situação. Assim, ele consegue acionar mecanismos de autorregulação para não
sermos engolidos por nossas emoções.
É como se o coração dissesse: "Ok, Lucas, vejo que você
está sentindo medo. Meus batimentos estão alterados. Mas fique calmo, você não
é esse medo. Você está só sentindo medo. Vamos senti-lo juntos, deixar o medo
passar pelo corpo, e daqui a pouco a gente volta ao nosso estado de
tranquilidade". A inteligência emocional, já diziam os antigos sábios, é a
habilidade de não nos identificarmos com nossas emoções. Lindo, né?
O coração gera alegria e tristeza. Ambas são emoções
complementares, e nossa habilidade de fluir entre uma e outra é reflexo de um
coração presente e confiante. Já falei das emoções em outros textos desta série, e vou continuar reforçando que todas as emoções que nós sentimos têm
funções importantes em nosso organismo. Com a alegria e a tristeza, não é
diferente.
A alegria é uma emoção expansiva que nos tira de casa, nos
coloca no mundo, motiva nossos encontros sociais, conecta nosso coração com os
corações dos outros. Já a tristeza é a emoção que nos traz pra dentro de casa,
motiva o recolhimento necessário para a preservação da nossa energia e para a
autoanálise. Uma delas nos leva pra fora, a outra nos traz pra dentro. Dois
lados da mesma moeda. Como as palavras em si já vêm cheias de pré-conotações
("ficar triste é ruim", "tristeza leva à depressão" etc)
pode ficar difícil enxergar a tristeza do jeito que eu tento mostrá-la, mas
tudo bem. Com o tempo a gente chega lá, juntos vamos esclarecendo melhor esses
conceitos.
A depressão é uma falta de habilidade do coração de gerar
alegria, e a mania é a inabilidade do coração de gerar tristeza. Uma emoção
precisa da outra, e o coração precisa das duas.
O coração é o centro da consciência. Você achou que fosse o
cérebro? Durante muito tempo, eu também achei! Não sei se você já ouviu falar
que o tecido muscular está cheio de neurônios muito sofisticados. De fato, hoje
o coração é considerado nosso segundo cérebro.
Desde o fim dos anos 1970, especialistas das áreas de
cardiologia, neurofisiologia e neuroanatomia vem mapeando e estudando o que é
chamado de cérebro do coração, uma rede de neurônios suficientemente complexa
para ser caracterizada como um cérebro independente dentro do coração.
Esse enorme conjunto de neurônios do coração armazena todas
as informações essenciais de como o corpo deveria estar funcionando, assim como
as memórias de tudo o que já vivemos desde que nascemos. O coração, de fato,
sabe quem nós somos e o que está acontecendo dentro da gente.
Por último, o coração é responsável pela nossa capacidade de
conexão. Estudos mostram que o coração se conecta e se comunica com o cérebro e
o resto do corpo de 4 formas diferentes: (1) pela transmissão de impulsos
nervosos, (2) via hormônios e neurotransmissores que ele mesmo produz, (3) por
ondas de pressão e (4) através de seu campo eletromagnético. A minha parte
favorita desta história diz respeito ao campo eletromagnético.
As ondas emitidas pelo coração de uma pessoa são detectadas
não só pelo seu próprio cérebro, mas também pelo cérebro das pessoas que estão
ao seu redor.
Sabe essa sensação de que a gente sabe o que o outro está
sentindo? É porque, de certa forma, sabemos mesmo! Não só isso, mas os campos
energéticos gerados pelos nossos corações se influenciam o tempo todo.
Cada vez que entramos em contato com alguma pessoa, seja no
ônibus, no trabalho ou em casa, nosso cérebro recebe e identifica a frequência
energética emanada pelo coração dela. E o cérebro dela recebe as informações
enviadas pelo nosso coração. Esse é o nível de influência que temos uns sobre
os outros.
Tem alguém aí por perto enquanto você lê este texto? Se tem,
imagina essa interação acontecendo. O cérebro dessa pessoa (ou pessoas) está
registrando, energeticamente, que existe um ser humano por perto (você!), e
vice-versa. Os seus corações se encontram e se comunicam de forma não-verbal.
É assim que a gente interage com as pessoas que amamos e com
as que nos rodeiam. Se estamos equilibrados e coerentes com nossas emoções, o
campo cardíaco emana informações de harmonia, equilíbrio, ordem. E as pessoas
ao nosso redor recebem exatamente isso da gente. Se elas estão bem, também
ajudam a somar e elevar a nossa energia.
Imagine, então, o que uma grande quantidade de pessoas
cultivando a harmonia, o amor, e o bem poderiam gerar no campo energético da
casa, do prédio, do bairro, da cidade, do planeta!
É assim que vamos fazer nossa revolução. ;)
Até mais, meus queridos. Nos vemos no próximo post para falar
sobre o intestino delgado. Vejo vocês por ai!
Referências bibliográficas
ELSON, Kapit & ELSON, Lawrence. The Anatomy Coloring
Book. Ed. Pearson, 2014
GALIPO, Janet & WENER,
Nancy. Manual San Baio: os três tesouros. 2014
LIPTON, Bruce. A biologia da
Crença. Ed. Butterfly, 2005.
MARIN, Giles. Os cinco elementos e
as seis condições. Ed. Cultrix, 2010.
MOORE, Keith. Embriologia Clínica. Ed. Elsevier, 1999.
VELTHEIM, John. Medicina Oriental:
Anatomia e Fisiologia do Corpo Energético. PaRama LLC, 2013
http://www.todabiologia.com/anatomia/coracao.htm
http://www.livescience.com/34655-human-heart.html
https://www.heartmath.org
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